A Área de Proteção Ambiental Parque e Fazenda do Carmo (APA do Carmo), localizada na capital paulista, deu início a um levantamento que visa mapear as espécies de abelhas sem ferrão existentes na Unidade de Conservação (UC).

Até o momento, foram feitas duas incursões que encontraram 13 ninhos de abelhas. As expedições são formadas por membros da Câmara Técnica de Biodiversidade do Conselho Gestor do Parque Natural, membros do Conselho Gestor da APA do Carmo e convidados. As espécies de abelhas sem ferrão identificadas até agora são: jataí (Tetragonisca angustula), iraí (Nannotrigona testaceicornis), mirim droryana (Plebeia droryana), abelha boca-de-sapo (Partamona Helleri) e algumas espécies de abelhas solitárias que ainda não foram identificadas.

Até setembro deste ano, ainda será realizado o levantamento e na sequência a instalação de ninhos iscas para captura de enxames. Capturados os enxames, eles ficam no ninho isca cerca de 2 meses e depois são transferidos para as caixas didáticas.

Segundo o gestor da APA do Carmo, Gustavo F. Alexandre, a meta desse levantamento são atividades de educação ambiental (principalmente com crianças) através da construção de um meliponário no Parque do Carmo e outro no Parque Natural, onde ficarão as caixas didáticas, elaboração de trilhas onde as pessoas possam visualizar os ninhos na natureza e realização de oficinas para a comunidade do entrono falando sobre a importância das abelhas sem ferrão.

“As abelhas sem ferrão prestam um serviço ambiental muito importante na natureza, a polinização, que é fertilização das plantas. Quando as abelhas fazem a coleta de néctar e pólen nas flores, acabam levando grãos de pólen de uma planta para a outra, promovendo sua reprodução. Do ponto de vista das plantas, os grãos de pólen precisam ser transportados não apenas de uma flor para a outra, mas da flor de uma planta para a flor de outra planta da mesma espécie para acontecer o que é chamado de polinização cruzada”, explica o gestor da APA.

A polinização cruzada precisa acontecer para garantir a reprodução da maioria das plantas nas matas e nas florestas (ecossistemas naturais); várias plantas cultivadas para a produção de alimentos (ecossistemas agrícolas) são beneficiadas pela polinização cruzada. Com a polinização cruzada, as plantas produzem mais frutos e frutos de melhor qualidade: frutos maiores, mais bonitos, mais saborosos e com mais sementes.

Abelha boca-de-sapo

Abelha Jataí