Imagem: Divulgação COP 15
Dentre as agendas, SP marcou presença na 7ª Cúpula Mundial de Governos Subnacionais e Cidades; São Paulo recebeu, ainda, reconhecimento por ser um dos fundadores da plataforma RegionsWithNature
O Estado de São Paulo, esteve presente na Conferência de Biodiversidade da ONU (COP 15), realizada em Montreal, no Canadá. O evento teve como objetivo definir o conjunto de metas para reverter a perda de biodiversidade mundial até 2030 e ajudar a estabelecer um convívio harmonioso entre pessoas e natureza até 2050. Na conferência, responsável por marcar o futuro da agenda global em Diversidade Biológica, o Estado apresentou as ações e projetos realizados com experiências exitosas na recuperação e proteção da vegetação nativa, como os manguezais, além da importância da educação ambiental, das Unidades de Conservação e da participação social em sua proteção e manejo.
Dentre as agendas do congresso, participou da 7ª Cúpula Mundial de Governos Subnacionais e Cidades. Durante o painel ‘Contribuições subnacionais e locais para o GBF (Global Biodiversity Framework em tradução livre para Cenário da Biodiversidade Global), o diretor executivo da Fundação Florestal e chefe da delegação, Rodrigo Levkovicz, abordou a importância das Áreas de Proteção Ambiental para a circulação de animais silvestres, além da necessidade de se ter um olhar mais atento para a proteção de oceanos e mangues, berço da vida no planeta e grandes responsáveis pela regulação climática. São Paulo tem mais de 50% do mar territorial e cerca de 20% do território terrestre como áreas protegidas e os programas de monitoramento são fundamentais para saber onde esses animais estão, afim de concentrar ações de proteção nesses locais.
Das iniciativas já em curso, é possível citar a Operação Corta-Fogo, que visa diminuir os focos de incêndio no Estado e proteger áreas com cobertura vegetal contra incêndios, e o Programa de Monitoramento da Biodiversidade, incluindo os subprogramas de monitoramento de primatas, borboletas frugívoras e médios e grandes mamíferos, que tem como objetivo principal ampliar o conhecimento sobre a fauna e flora presentes UCs para subsidiar a gestão, avaliar a proteção e conservação das espécies, bem como apoiar tomadas de decisão, proposição de políticas públicas e realização de ações educativas para a proteção das espécies.
Outro tema discutido foi o avanço dos processos de restauração dos ecossistemas, com a criação de políticas para a reintrodução e repovoamento de espécies nativas, como é o caso do Programa Juçara, que busca repovoar a palmeira-juçara – espécie ameaçada de extinção – nas UCs e fomentar o cultivo da planta em propriedades privadas.
Também participaram do painel Anne Hidalgo, prefeita de Paris (França), Hupeng Hong, prefeito de Huchou (China), Michèle Rubirola, primeira vice-prefeita de Marselha (França), Vincent N’Cho Kouaoh, vice-governador de Abidjã (Costa do Marfim), Gladson Cameli, governador do Acre, e Mara Lezama, prefeita de Quintana Roo (México). O painel teve a moderação de Shu Zhu, diretor regional e representante da China, Secretariado do ICLEI Leste Asiático.
São Paulo recebeu ainda o reconhecimento por ser um dos fundadores da plataforma RWN – RegionsWithNature, iniciativa que apoia funcionários de governos regionais e subnacionais interessados em melhorar a restauração de ecossistemas, conservação da biodiversidade e soluções baseadas na natureza em suas regiões.
No encerramento da COP 15, foi definido um pacote histórico de medidas que orientarão as ações para a conservação da biodiversidade e restauração dos ecossistemas até 2030. Ao todo, são quatro objetivos e 23 metas, como:
• assegurar que, até 2030, pelo menos 30% das áreas degradadas de ecossistemas terrestres, de águas interiores e costeiras e marinhas estejam sob restauração efetiva;
• minimizar o impacto das mudanças climáticas e da acidificação dos oceanos na biodiversidade;
• garantir que o manejo e uso de espécies silvestres sejam sustentáveis, proporcionando benefícios sociais, econômicos e ambientais para as pessoas, incluindo aquelas em situações vulneráveis e mais dependentes da biodiversidade;
• restaurar, manter e melhorar as contribuições da natureza para as pessoas, incluindo funções e serviços ecossistêmicos, como regulação do ar, água e clima, saúde do solo e polinização.
Para saber mais sobre o evento e ter acesso à integra das metas e objetivos, clique aqui.