Compartilhar e debater as experiências de desenvolvimento e implantação do Programa de Recuperação Socioambiental da Serra do Mar e dos Sistemas de Mosaico da Mata Atlântica foi o objetivo do seminário realizado dias 18 e 19 de novembro na sede do Instituto de Engenharia de São Paulo. “Esse é o maior programa de recuperação socioambiental do mundo, tanto que envolve 40% da população de Cubatão”, ressaltou o secretário de Estado do Meio Ambiente, Pedro Ubiratan Escorel de Azevedo, na abertura do evento.
Durante dois dias, especialistas da Fundação Florestal e da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), além de representantes do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Polícia Militar Ambiental e pesquisadores se reuniram para conhecerem a totalidade dos trabalhos e também fornecerem informações para interessados de outros estados e países em replicarem o conhecimento adquirido em São Paulo.
O secretário de Estado da Habitação e presidente da CDHU, Lair Krähenbühl, destacou que o programa está fazendo mais do que tirar o homem da favela. “Estamos tirando a favela do homem, pois estamos investindo em uma transição social das famílias atendidas”, disse. A representante do BID, Helena Laudezzuri de Paiggesi, destacou a coragem do Governo do Estado de São Paulo em enfrentar um problema que por décadas foi deixado de lado por sua complexidade e difícil solução. “A recuperação de biomas como a Mata Atlântica, que estão extremamente ameaçados pela ocupação humana interessa muito ao BID. E esse programa em especial não vai apenas beneficiar a população de São Paulo, mas sim toda a América Latina”, destacou.
O diretor-executivo da Fundação Florestal, José Amaral Wagner Neto, afirmou que, apesar de muito ter se falado sobre os trabalhos do programa no Parque Estadual da Serra do Mar (PESM), sua abrangência é bem maior. Os investimentos de cerca de 850 milhões de reais – capital do Governo do Estado e empréstimo do BID – a ser feitos em três anos também serão aplicados em Unidades de Conservação (UCs) do litoral e do Vale do Ribeira e na melhoria da qualidade de vida das populações dessas regiões. “Estamos efetivamente implantando as Unidades de Conservação, que não podem ser áreas fechadas para preservação. A população tem de se beneficiar com todo esse patrimônio e participar efetivamente de sua gestão”, afirmou.
O primeiro dia do seminário foi marcado pela apresentação do programa em sua totalidade, o que envolveu técnicos da Fundação Florestal, CDHU, Polícia Militar Ambiental e BID, além do coordenador geral do programa, coronel Elizeu Éclair. No segundo dia, especialistas convidados para dar seus pareceres e impressões enriqueceram o evento. O presidente da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, Clayton Ferreira Lino, o geólogo Álvaro Rodrigues dos Santos, e o professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, Alex Abiko, apresentaram um panorama geral sobre a situação da Serra do Mar e da Mata Atlântica, as pressões sofridas pela ocupação humana e urbanização do território e responderam perguntas dos participantes.
Saiba mais sobre o programa clicando aqui ou pelo site da CDHU.
Por: Fundação Florestal
Fotografia: Fundação Florestal