A Reserva Muriqui recebeu no último dia 31 de janeiro, Dia Nacional das Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN), o Título de Reconhecimento da Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística, por meio da Resolução Semil 01, de 02.01.2024, em reunião ordinária do Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente – Condema, realizada no Paço Municipal de Tapiraí.

 

Estiveram presentes no evento, além de Thiago Cominato Rio, proprietário da RPPN, os técnicos do Programa RPPN Paulistas da Fundação Florestal, gestores de Unidades de Conservação da região do Vale do Ribeira (PE Carlos Botelho e APA da Serra do Mar) e autoridades municipais, como o prefeito Araldo Todesco, o vice-prefeito Paulo Francisco Cavalcanti Lise, o secretário municipal de Sustentabilidade e Desenvolvimento Econômico, Hélio Domingues Junior, o diretor de Meio Ambiente e Agricultura, Jean Marcicano, e os vereadores César Roberto de Araújo e José Pires.

Com a criação da nova RPPN, o estado de São Paulo ganha mais uma Unidade de Conservação privada, que juntamente com as áreas de conservação públicas, existentes na região, desempenhará importante função de preservar a biodiversidade de Mata Atlântica ainda remanescente. 

Situada na Serra de Paranapiacaba, a nordeste do território do município de Tapiraí, a Reserva Muriqui protege 15,3016 hectares de vegetação nativa constituída por um maciço florestal contínuo, caracterizado pela exuberante vegetação da Floresta Ombrófila Densa Montana, em estágio avançado de regeneração, com grande heterogeneidade de espécies nativas da Mata Atlântica.

A proteção da área em caráter perpétuo, que é uma característica dessa categoria de Unidades de Conservação, terá importante papel na proteção de espécies ameaçadas de extinção, como os exemplares da flora representados pela palmeira-juçara (Euterpe edulis), samambaiaçu (Dicksonia sellowiana) e cedro-rosa (Cedrela fissilis), classificados com o status de VU (vulneráveis) pela Resolução SMA 057/2016. A fauna cuja população possui algum grau de ameaça está representada pelas espécies de araçari-banana (Pteroglossus bailloni) – NT (quase ameaçado), gavião-pega-macaco (Spizaetus tyrannus) – NT (quase ameaçado), muriqui (Brachyteles arachnoides) – EN (em perigo), macaco-prego-preto (Sapajus nigritus) – NT (quase ameaçado) e a anta (Tapirus terrestris) – VU (vulnerável), entre muitos outros.

Os corpos d’água presentes na reserva, cuja água apresenta boa qualidade e as matas ciliares que os protegem apresentam bom estado de conservação, possuem relevância local, devido à importância para a fauna e flora, mas também pela influência regional, em decorrência de fazerem parte da rede de mananciais que abastece cidades, como o município de Juquiá.

Cabe destacar que a RPPN está situada em meio a diferentes categorias de Unidades de Conservação, de proteção integral e de uso sustentável, instituídas no âmbito do governo estadual. Encontra-se sobreposta à Área de Proteção Ambiental da Serra do Mar e próxima ao PE Carlos Botelho e PE Jurupará, às RPPNs Parque do Zizo e Fazenda Silvo Agro-Pastoril Gonçalves, além de uma área privada destinada à conservação denominada Legado das Águas, administrada pelo Grupo Votorantim, que fazem parte da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, reconhecida pela Unesco e também do Mosaico de Unidades de Conservação de Paranapiacaba.

Juntas, essas áreas possibilitam a convergência de ações para a proteção da região, contribuindo para formar importante corredor de conectividade de grande relevância para a região do Vale do Ribeira de Iguape, ao sul do estado de São Paulo.

Entrega do título da RPPN Reserva Muriqui
em 31 de janeiro de 2024
Maria-leque, no PE Carlos Botelho.
Foto: William Godoy