Um mutirão realizado na terça-feira, dia 4, realizou serviços de limpeza, organização e recolhimento dos resíduos decorrentes do incêndio que atingiu o Centro de Exposições Temáticas do Núcleo Capelinha, mais conhecido como Museu da Capelinha, localizado no Parque Estadual do Rio Turvo, em Cajati, SP. O incêndio, que ocorreu na noite de 25 de março, ainda não tem autoria conhecida e está sendo investigado pela polícia.

O mutirão de limpeza foi articulado pela gestão do parque e reuniu 20 pessoas, entre voluntários e funcionários do próprio parque, do Instituto de Pesquisas Ambientais (IPA), de organizações e empresas parceiras, como a Iniciativa Verde, Ecotec e Ecoplan, e da Prefeitura Municipal de Cajati, que cedeu uma retroescavadeira para apoiar o trabalho de carregamento e retirada do entulho do local.

O próximo desafio é mobilizar recursos para a reconstrução do museu. Boa parte da estrutura física do prédio, como telhado, paredes, portas e vidros das janelas, ficou destruída, assim como o acervo do museu, como os painéis com informações sobre o Parque Estadual do Rio Turvo e o Mosaico de Unidades de Conservação do Jacupiranga, a Mata Atlântica e o Vale do Ribeira.

Inaugurado em 2012, o Centro de Exposições Temáticas da Capelinha era uma das principais atrações do núcleo do parque e recebia anualmente milhares de visitantes, especialmente de grupos de estudantes da região. Além do museu, o Núcleo da Capelinha dispõe de outros atrativos como a Cachoeira Noiva do Capitão, a Gruta da Capelinha e a Trilha do Lamarca, além de abrigar um importante sítio arqueológico.

Na área em torno do museu há grande quantidade de sambaquis e a poucos metros do prédio incendiado foi encontrado, em 1999, o esqueleto fossilizado de um homem, com aproximadamente nove mil anos, considerado o mais antigo registro de ocupação humana no estado de São Paulo. O fóssil do “Homem da Capelinha-Luzio” foi transferido para o Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE) da USP em 2000.

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O Parque está localizado nas regiões do Vale do Ribeira e Litoral Sul, abrangendo áreas dos municípios de Barra do Turvo, Cajati e Jacupiranga, possui área de 73.893,87 hectares.A fauna ocorre com a presença de muitas espécies ameaçadas de extinção. Abriga grandes predadores como a harpia e o uiraçu-falso, e mamíferos de grande porte como a onça-pintada, a onça-parda e o muriqui. Há também a ocorrência do papagaio-do-peito-roxo.
A floresta do parque apresenta variada formação, com fisionomias do domínio da Mata Atlântica: floresta ombrófila densa de diferentes altitudes e floresta ombrófila mista, apresentando-se em alguns locais como vegetação ribeirinha e sobre afloramento de calcário.Dentre as espécies de maior porte destacam-se a araucária, o guapuruvu, o jequitibá, o cedro, a canela amarela, oimbiruçu, o inhumirim e a bicuíva. Espécies de samambaias arborescentes (xaxins) são abundantes, especialmente nos locais de maior umidade.

Para reservar sua visita, acesse o site de vendas de ingressos em https://guiadeareasprotegidas.sp.gov.br/ingressos/

Texto/Imagens: Margarete Micheletti