Atividade inédita do Governo do Estado realizada em parceria com a Mbee Meles de Terroir acontece nesta quinta-feira, 30

Nesta quinta-feira, 30, beneficiários do Programa por Serviços Ambientais (PSA) Juçara participarão da Academia do Mel, projeto piloto que irá promover uma atividade imersiva para os quilombolas a respeito da meliponicultura. A iniciativa inédita no setor de políticas públicas agrárias é promovida pela Fundação Florestal e Fundação ITESP. Esta academia foi criada pelos proprietários da Fazenda Itaicá, em Atibaia, local onde foi criada a Mbee: meles de terroir, uma produção diferenciada de meles que transformou o lugar em referência internacional neste segmento.

Ao todo, cerca de 25 integrantes irão participar das atividades. Esta será a primeira vez que a Academia abrirá as portas para o treinamento de quilombolas. Participam desse projeto piloto as comunidades remanescentes de Quilombos de Pedro Cubas, Sapatú, Nhunguara, Piririca e Bombas, todas pertencentes ao território da APA Quilombos do Médio Ribeira e também com a comunidade remanescente do Quilombo do Cafundú, de Salto de Pirapora.

A ação reforça um dos componentes do PSA Juçara, que prevê a implementação de uma colmeia por hectare plantado após o primeiro ano de contrato, tendo em vista a importância das abelhas nativas para a polinização e desenvolvimento da palmeira-juçara na Mata Atlântica. Para viabilizar essa atividade, todos os beneficiários participam de capacitações em meliponicultura, promovidas pelo Senar com o apoio do Itesp, cujas atividades tiveram início em janeiro deste ano.

É por isso inclusive que essa iniciativa promovida em parceria com a Mbee tem grande valia para a atual diretoria do Itesp. O principal objetivo da administração é oferecer aos beneficiários a possibilidade de exercerem a meliponicultura tanto para a complementação da renda familiar quanto para a proteção das abelhas nativas e da palmeira-juçara nas comunidades quilombolas do Vale do Ribeira.

A geração de renda, é, aliás, um dos objetivos do PSA Juçara. O Programa, lançado em 2021, remunera comunitários quilombolas que fizerem o plantio e manutenção da palmeira ao longo de cinco anos. São contempladas cinco diferentes Unidades de Conservação: APA Quilombos do Médio Ribeira, RDS Lavras, RDS Barreiro-Anhemas, RDS Pinheirinhos e RDS Quilombos de Barra do Turvo. “O PSA possibilita a criação de diversas formas de geração de renda para os participantes, desde a venda das sementes até a extração da polpa e do mel das colmeias no entorno das árvores”, Carolina Kors, coordenadora do Programa Juçara, da Fundação Florestal.

Segundo o diretor executivo da ITESP, Guilherme Piai, a sua gestão terá um importante foco voltado para a capacitação e treinamento dos pequenos agricultores. “Na capacitação do campo temos que respeitar o agricultor como portador de experiências e conhecimentos práticos adquiridos ao longo da vida no desenvolvimento de sua agricultura tradicional. Quando juntamos duas experiências tão ricas como essa, de uma fazenda produtiva e altamente referenciada, com o pequeno agricultor que traz também a sua vivência para a troca de informações, temos um elo poderoso. O papel da ITESP é fundamental para juntar esses dois elos e esse projeto piloto será altamente produtivo”, assinala Guilherme Piai.

Para os interessados em saber mais sobre a Academia do Mel, ela está localizada na Avenida Queiroz Filho, 1.700, casa 38, Vila Hamburguesa, SP

PSA Juçara

A Fundação Florestal criou o PSA Juçara com o objetivo de ampliar a quantidade de palmeiras dentro de imóveis rurais inseridos nas UC de Uso Sustentável. No programa, cada produtor participante receberá entre R$ 24.200 e R$ 36.300 ao longo de todo o processo, de acordo com a área a ser implantada.

Para participar, além de ter propriedades nas áreas estabelecidas, os interessados firmaram o compromisso de não cortar nenhuma palmeira para obtenção do palmito por aproximadamente sete anos. Porém, durante o projeto, eles podem realizar a colheita e a comercialização do fruto, na forma de produtos como polpa e sorvete.

O produtor também deverá entregar algumas contrapartidas de baixo custo e de alto impacto ambiental, como ter caixas de abelhas nativas espalhadas pela propriedade, que além de possibilitar a polinização da juçara, ajuda na conservação da espécie, e organizar visitas escolares à propriedade.

Para saber mais, visite a página do Programa Juçara no site da Fundação Florestal: https://www.infraestruturameioambiente.sp.gov.br/fundacaoflorestal/programas-e-campanhas/programa-jucara/.