Jiboia-do-ribeira será monitorada por meio de rádio transmissor; ação é parceria entre Fundação Florestal, Instituto Butantã e Comunidade do Guapiruvu
Um macho da jiboia-do-ribeira (Corallus cropanii), considerada uma das espécies de serpentes mais ameaçadas do mundo, foi reintegrada à natureza no entorno do Parque Estadual Intervales, na última semana de janeiro. O animal havia sido resgatado pela a equipe de vigilantes da Unidade de conervação, que observou um movimento suspeito de um morador do entorno saindo da mata. Após investigação local, a equipe encontrou o animal em uma caixa na residência do suspeito.
Ameaçada de extinção, esta espécie de serpente é rara e endêmica da Mata Atlântica, sendo encontrada somente na região do Vale do Ribeira. Retirá-la do seu habitat natural, seja pelo tráfico de aninais silvestres ou por matá-las, é contribuir com a extinção da espécie, pela redução da população abaixo do mínimo viável para sua reprodução natural.
A redução da população abaixo do mínimo viável para sua reprodução natural se configura como um aspecto preocupante para os pesquisadores e gestores ambientais. Por isso, a Fundação Florestal somou forças com o Instituto Butantã e a Comunidade do Guapiruvu para monitorar esta espécie em vida livre.
Assim como feito em uma outra jiboia-do-ribeira em estudo desde 2021 – uma fêmea que foi batizada de Esperança – foi implantado neste macho um rádio transmissor. Com isso, eles serão monitorados por especialistas, como suporte da equipe do Parque Intervales e da Comunidade Guapiruvu, possibilitando o entendimento dos hábitos alimentares e reprodutivos, além dos padrões de deslocamento nas copas das árvores. As análises já obtidas do monitoramento da Esperança, indicam que trata-se de uma espécie arborícola, que permanece todo o tempo acima dos 13 metros de altura, na cobertura superior da floresta formada pelas copas das árvores. Com a reintegração do macho, o objetivo é observar se há diferenças de comportamento entre fêmea e macho.
A expectativa é de que os dados gerados otimizem a importância da Unidade de Conservação para a proteção das espécies ameaçada, além de propiciar material a ser utilizado no projeto de Ciência Cidadã também desenvolvido no bairro. As ações de educação ambiental junto à comunidade que vive no entorno das Unidades de Conservação faz toda diferença na relação dos moradores com a natureza.
Cuidados
Caso o visitante aviste um animal silvetres, recomenda-se não tentar a capturá-lo sem treinamento, para evitar acidentes caso ele se sinta ameaçado. Também indica-se evitar fornecer alimentos ou água a animais silvestres, o que contribui para descaracterizar a percepção do animal em evitar a proximidade dos seres humanos, tornando-o alvo fácil ao tráfico de animais.