Alunos de escolas públicas e faculdades, funcionários de Unidades de Conservação e público em geral participaram de diversas palestras ao longo da última semana para falar sobre a importância das onças-pintadas. Os eventos aconteceram em comemoração ao dia nacional da espécie e foram organizados pelos integrantes do projeto que monitora os felinos do Contínuo Ecológico de Paranapiacaba.

Com atividades presenciais e online, as equipes do programa promoveram rodas de conversa sobre a espécie com alunos de Ciências Biológicas na Unesp de São Vicente, com estudantes da Escola Estadual Hilton Reis e com crianças de quatro a cinco anos do CEU Parelheiros. Também foram promovidas iniciativas de educação ambiental na APA Capivari-Monos e na RDS Quilombos de Barra do Turvo, dentre outras iniciativas.

Na quarta-feira (30), na Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente (Sima), o evento ‘Uma tarde sobre onças pintadas (e sua insistência em permanecer no mundo) ’, reuniu funcionários para uma conversa híbrida (on-line e presencial) sobre o animal e sua relevância para os ecossistemas em que ocorrem.

A onça-pintada é o maior felino das Américas e uma das espécies mais emblemáticas das matas brasileiras. A espécie, que antes habitava uma grande extensão, hoje está presente em poucas regiões, e a Mata Atlântica do sudoeste do estado de São Paulo é um desses locais. Elas sobrevivem porque ali existem diversas áreas protegidas, como os Parques Estaduais Carlos Botelho, Nascentes do Paranapanema, Intervales, Turístico do Alto Ribeira e APA da Serra do Mar. Juntas, essas e outras áreas formam o contínuo ecológico de Paranapiacaba, uma das maiores áreas contínuas de floresta, de grande importância para sobrevivência das onças-pintadas.

O evento contou com a participação do diretor executivo da Fundação Florestal, Rodrigo Levkovicz, coordenadora substituta da Coordenadoria de Fiscalização e Biodiversidade (CFB), Isabel Fonseca Barcellos, e do secretário executivo da Sima, José Amaral Wagner Neto, que falou sobre a relevância do monitoramento destes animais. “Estamos em um segundo patamar quando se trata de conservar a biodiversidade. Na minha primeira passagem pela Secretaria, há 12 anos, tínhamos sete câmeras de monitoramento, hoje são 400. E os resultados mostram um sinal de alerta, de que estamos em um ponto crítico de conservação”.

Na palestra, apresentada por Kátia Pisciotta, uma das responsáveis pelo programa, foi discutida importância da presença do animal para toda a cadeia alimentar. Por ser um animal do topo de cadeia, a presença delas é um indicador de outros animais da floresta e sua escassez indica o declínio da saúde da floresta. Um dos principais motivos para sua ausência é a supressão da vegetação e a caça. Muitas vezes, quando as onças não encontram alimento na mata, buscam animais domésticos, ampliando os riscos que estão levando a espécie à extinção: os proprietários dos animais as consideram como uma ameaça econômica.

Atualmente, a estimativa é de que existam cerca de 35 onças transitando pelas matas da região, que são monitoradas via câmeras trap, ou armadilhas fotográficas. Dentre os pontos de atenção está o desequilíbrio entre machos e fêmeas, mas o empenho na conservação já mostra resultados, a volta da queixada, a principal presa dos felinos. “Há um forte alerta sobre a possibilidade de extinção da espécie e por isso é tão importante conscientizar sobre a importância da espécie. O lema do projeto é Conhecer para amar e conservar”, resumiu Katia.

Para saber mais sobre o projeto, acesse https://www.instagram.com/oncasdocontinuodeparanapiacaba/

Já para conferir a íntegra do debate, entre em: https://www.youtube.com/watch?v=ik_6th0oAKI