Campanha é realizada em comemoração ao Dia Nacional da Onça-Pintada, celebrado no dia 29/11; Instituição também realiza ações em diversas Unidades de Conservação do Estado

Em celebração ao Dia Nacional da Onça-Pintada, a Fundação Florestal lançou a campanha para a escolha dos nomes de três fêmeas e dois machos da espécie (Panthera onca) que foram localizadas caminhando no interior das Unidades de Conservação do Estado graças ao programa de Monitoramento da Biodiversidade da Instituição. A votação está aberta no Instagram da FF @fundacaoflorestal até o dia 2/12 e para participar basta votar no nome preferido nas enquetes disponíveis nos stories.

Os registros foram realizados por meio de câmeras trap – equipamentos que são instalados no meio da floresta e começa a gravar quando detecta movimento – e os animais foram identificados após análises de suas rosetas – as manchas pretas ao longo do corpo – que são únicas para cada onça, assim como a digital humana. “Quando instalamos o grid de armadilhas fotográficas, não imaginávamos que elas nos trariam uma riqueza tão grande de biodiversidade. Nas imagens podemos ver antas, tamanduás-bandeiras, veados-mateiros, pacas, onças-pardas e essas novas onças que ainda não tínhamos mapeado. Uma riqueza que só reforça a importância do trabalho de preservação da fauna e da flora feito pela FF”, explica Andrea Pires, pesquisadora do IPA e coordenadora do subprograma de Monitoramento de Médios e Grandes Mamíferos.

A onça-pintada é o maior felino das Américas e uma das espécies mais emblemáticas das matas brasileiras. A espécie, que antes habitava uma grande extensão, hoje está presente em poucas regiões, e a Mata Atlântica do sudoeste do estado de São Paulo é um desses locais. Elas sobrevivem porque ali existem diversas áreas protegidas, como os Parques Estaduais Carlos Botelho, Nascentes do Paranapanema, Intervales, Turístico do Alto Ribeira e APA da Serra do Mar. Juntas, essas e outras áreas formam o contínuo ecológico de Paranapiacaba, uma das maiores áreas contínuas de floresta, de grande importância para sobrevivência das onças-pintadas.

Por ser um animal do topo da cadeia alimentar, a presença delas é um indicador de outros animais da floresta e sua escassez indica o declínio da saúde da floresta. Um dos principais motivos para sua ausência é a supressão da vegetação e a caça. Muitas vezes, quando as onças não encontram alimento na mata, buscam animais domésticos, ampliando os riscos que estão levando a espécie à extinção: os proprietários dos animais as consideram como uma ameaça econômica.

Confira todas as cinco onças abaixo:

Outras ações

Além da escolha dos nomes, a FF realizará eventos de educação ambiental por todo o Estado com o objetivo de conscientizar e educar a população geral sobre o animal e sua conservação. Nos parques estaduais Intervales e Serra do Mar, Núcleos Padre Dória e Santa Virgínia, e Estação Ecológica Angatuba, o calendário conta com ações digitais, como uma exposição virtual da onça Caetana, e atividades em escolas públicas municipais. Já no PE Morro do Diabo, as atividades em parceria com a prefeitura de Teodoro Sampaio e Polícia Militar Ambiental serão sediadas na praça da cidade, com início às 9 horas.

O Programa de Monitoramento da Biodiversidade

Implementado em 2020, ele é um instrumento que norteia e subsidia ações de proteção e preservação dos ecossistemas das Unidades de Conservação e Proteção geridas pela Fundação Florestal.

Após o sucesso do projeto-piloto, implementado em quatro UCs abrangendo 209.709,33 hectares, a Fundação Florestal expandiu a iniciativa para mais de 650 mil hectares, atendendo a 16 Unidades, incluindo os parques estaduais Morro do Diabo, Intervales e Serra do Mar, este último com o projeto implementado nos dez núcleos. Nessas UCs, são monitorados médios e grandes mamíferos, primatas e borboletas.

No subprograma que acompanha mamíferos com armadilhas fotográficas, as espécies escolhidas – anta (Tapirus terrestris), queixada (Tayassu pecari), onça-parda (Puma concolor), tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla) e lobo-guará (Chrysocyon brachyurus) – foram categorizadas como guarda-chuva, ou seja, a preservação destas implica na preservação do ecossistema, sendo a onça-pintada uma delas.