Aumento só foi possível por meio da doação da Fazenda Ribeirão da Serra, situada no município de Sete Barras; Unidade de Conservação passará a ter uma área total de 38.841,39 hectares
Neste domingo (5), o governador Rodrigo Garcia assinou o decreto de ampliação do Parque Estadual Carlos Botelho. A cerimônia aconteceu durante o Governo na Área, realizado no Jardim Botânico em alusão ao Dia Mundial do Meio Ambiente. Também estiveram presentes na cerimônia o secretário de Infraestrutura e Meio Ambiente, Fernando Chucre, e o diretor executivo da Fundação Florestal, Rodrigo Levkovicz.
A expansão se deu por meio da geração de créditos para a compensação de reserva legal por meio da doação da Fazenda Ribeirão da Serra, situada no município de Sete Barras que, anexada à Unidade de Conservação, ampliará a área em 1.197,03 hectares, fazendo com que o PECB passe a somar um total de 38.841,39 hectares.
Essa forma de doação, concebida de forma inédita pela Procuradoria Geral do Estado de São Paulo foi realizada com base no Código Florestal. “Este é um mecanismo inovador que nos dá a capacidade de criar ou aumentar Unidades de Conservação com a situação fundiária resolvida, potencializando as ações de gestão, e sem nenhum custo para o Estado. É um precedente importante para a conservação da biodiversidade”, explica Chucre.
Os estudos técnicos do plano de manejo do Parque Estadual Carlos Botelho indicavam a relevância de se incorporar esta área da Fazenda, contígua à porção sul da UC, composta por uma Mata Atlântica exuberante.
Um dos papeis mais relevantes da região é ser um importante amortecedor do escoamento hídrico. Por ter encostas íngremes, em períodos de chuva intensa com queda d’água acentuada, a área amortece essa queda, evitando que ela invada a zona urbana. Além disso, a cobertura florestal em bacias hidrográficas promove a melhora na qualidade da água e a regularização dos rios.
Com relação à flora, ao todo foram identificadas, em levantamentos expeditos, 171 espécies arbóreas e arbustivas pertencentes a 45 famílias botânicas diferentes, valor considerado muito bom para ambientes semelhantes. Em relação a espécies herbáceas foram identificadas, em levantamentos expeditos, 57 espécies herbáceas pertencentes a 27 famílias diferentes, alguns exemplares listados são de indivíduos jovens de espécies de hábito arbóreo e arbustivo.
A ampliação do PECB também indica uma importância para a fauna. Segundo o Plano de Manejo, existem 79 espécies de mamíferos com ocorrência registrada no Parque e, desse total, 12 (15%) foram encontradas na Fazenda. Esse resultado mostra que a nova área abrangeria um maior espaço de vida dessas espécies, aumentando a proteção delas. Dentre os animais registrados estão cateto (Pecari tajacu), anta (Tapirus terrestris), veado (Mazama sp.), cachorro-do-mato (Cerdocyon thous), jaguatirica (Leopardus pardalis) e lontra (Lontra longicaudis).
O espaço é também um corredor ecológico para a onça-pintada, que usufruiu dos trechos da Fazenda. Existem apenas três subpopulações na Mata Atlântica com mais de 50 animais, e, portanto, com alguma possibilidade de sobrevivência a longo prazo: o Corredor Verde, o Alto Paraná-Paranapanema e a Serra do Mar. O Contínuo de Paranapiacaba, incluindo o PE Intervales, PE Carlos Botelho, PE Nascentes do Paranapanema, PETAR, EE Xitué e grandes florestas particulares vizinhas, como a que será anexada, é a área-núcleo para os animais desta última subpopulação, indicando uma importante forma de preservação da espécie. “Nós sabemos que uma floresta vazia não tem condições de se perpetuarem ao longo das décadas e a presença desses animais indica que o ciclo da floresta está completo”, finaliza Pietro Scarascia, gestor do PE Carlos Botelho.
Para saber mais sobre a Unidade de Conservação, acesse: https://guiadeareasprotegidas.sp.gov.br/ap/parque-estadual-carlos-botelho/