Primatas endêmicos da Mata Atlântica com alto risco de extinção foram registrados no Núcleo Cunha
No dia 2 de maio, uma expedição comandada pelo pesquisador Felipe Brandão saiu em busca de muriquis na floresta protegida do Parque Estadual Serra do Mar – Núcleo Cunha. A atividade faz parte do projeto “Levantamento de grupos remanescentes de muriquis-do-sul (Brachyteles arachnoides) em Unidade de Conservação do Mosaico Bocaina”, uma pesquisa realizada por meio do Jardim Botânico do Rio de Janeiro. O resultado foi o emocionante encontro com um bando de cinco indivíduos.
Os primatas do gênero Brachyteles, considerados os maiores primatas neotropicais, são endêmicos da Mata Atlântica e atualmente correm alto risco de extinção, de acordo com Plano de Ação Nacional para Conservação dos Muriquis. Estima-se que restem menos de mil indivíduos de muriqui-do-norte de (Brachyteles hypoxanthus) e 2.000 indivíduos de muriqui-do-sul (Brachyteles arachnoides).
Sobre o Parque
Localizado no extremo norte do Parque Estadual Serra do Mar, o Núcleo Cunha abriga uma das porções de maior biodiversidade em todo o parque. Em seu território, são encontrados remanescentes de matas nebulares, espécies características de regiões com grandes altitudes. É o caso da cidade de Cunha, situada a cerca de 1.500 metros do nível do mar – característica que possui grande influência no clima e no ecossistema da região. Essa é uma Estância Climática conhecida pelas tradições da cultura caipira, além de ser também um importante centro produtor de cerâmica artesanal.
texto: Aline Rezende
fotos: Felipe Brandão