No dia 11 de setembro, é celebrado o Dia Nacional do Cerrado. Este bioma – que é um dos mais ameaçados do Brasil – ocupa 20% do território nacional e está presente em 13 estados do país. No Estado de São Paulo foram criadas diversas Unidades de Conservação para proteger esse bioma, como os Parques Estaduais: Furnas do Bom Jesus (PEFBJ), Vassununga (PEV) e Juquery (PEJy), entre outros. Este último, o PEJy, vem perdendo parte de sua importante vegetação campestre com grandes incêndios.
O (PEJy) sofreu três incêndios nos últimos dois meses, um em julho e dois em agosto. No total, cerca de 240,56 hectares foram destruídos pelo fogo. Em sua maioria, as áreas mais atingidas são fisionomias campestres do bioma Cerrado. A suspeita é de que os incêndios tenham origem criminosa. O último, em 28 de agosto, foi causado por um balão. No mesmo dia, foram avistados 14 balões sobrevoando a Unidade de Conservação.
Como consequência, espécies da fauna endêmicas, ou seja, que só ocorrem nesse ambiente, como o lobo-guará, tamanduá bandeira e seriema perdem seu habitat. Alguns morrem, outros fogem para locais inadequados, como as cidades e estradas. Além disso, a vegetação pode levar décadas para se recompor a um estado natural de vegetação campestre de cerrado, com espécies nativas dessa fisionomia. Estima-se que existam mais de 10 mil espécies de plantas, muitas delas exclusivas desse bioma, e o estrato herbáceo e arbustivo é o que mais representa essa biodiversidade.
O diretor executivo da Fundação Florestal, Paulo Almeida, explica que todos nós podemos contribuir para preservar as áreas remanescentes e fragmentos de Cerrado no Estado de São Paulo. “O Cerrado corre perigo, e todas suas espécies de plantas e animais, muitas delas exclusivas do bioma, também. Para que a sua biodiversidade e processos evolutivos sejam preservados é necessário que o cerrado seja protegido por meio de Unidades de Conservação, tanto públicas como particulares. Proprietários de terras com este bioma podem contribuir transformando suas terras em Reservas Particulares de Patrímônio da Natureza (RPPN), por exemplo. A população pode contribuir, evitando e denunciando práticas destrutivas, como a soltura de balões, depósito de lixo em locais inadequados e limpeza de terrenos por meio do fogo. Na luta pela preservação, todos nós somos responsáveis”, explica.
Um bioma ameaçado
O Cerrado apresenta vegetação submetida a condições ambientais severas, como fogo periódico e longa estação seca. Suas árvores caracterizam-se por serem tortuosas, com casca grossa e rugosa, folhas verdes e espessas, distribuídas de forma esparsa, o que forma a típica paisagem do bioma.
Este ambiente é formado por dois componentes considerados opostos: as ervas e as gramíneas, e as árvores e os arbustos. Ambos competem pela luz do sol. Quando um componente predomina, o outro fica mais raro. Assim, o Cerrado é formado por um gradiente que vai do campo limpo (formado por ervas e gramíneas), passando pelo cerrado sensu stricto (composto tanto por ervas e gramíneas, quanto por árvores e arbustos esparsos), até o cerradão, composto predominantemente por árvores.
O Cerrado começou a ser mais explorado e consumido na década de 50, por conta da agricultura e agropecuária. Como resultado desta ação, hoje encontramos menos da metade do Bioma no Brasil, sendo que o restante está muito fragmentado.
O Cerrado protegido no Estado de São Paulo
No Estado de SP, restam cerca de 1.304.994 ha de cerrado preservados por Unidades de Conservação de diversas categorias, como Parques Estaduais, Áreas de Proteção Ambiental, Estações Ecológicas e Reservas Particulares de Patrimônio Natural. Algumas dessas áreas são abertas à visitação pública. Confira a seguir.
Parque Estadual Juquery (PEJy)
O PEJ possui uma grande importância para a conservação do Cerrado, pois abriga o último remanescente do bioma preservado na região metropolitana de São Paulo. Dentro do Parque o visitante encontra espécies de animais como o tucano-toco, sagui, teiú, a seriema, entre outros. Além da diversidade de espécies de plantas como o ipê amarelo, cedro, pequi, e yu-keru, planta que deu nome ao Parque por ser encontrada facilmente.
Acesso pela Rua Miguel Segundo Lerussi s/n° Parque Industrial. Franco da Rocha/SP
Dias e horários de funcionamento: de terça-feira a domingo, das 8h às 17h.
Entrada gratuita
Telefone: (11) 4449.5545
E-mail: pe.juquery@fflorestal.sp.gov.br
Parque Estadual Furnas do Bom Jesus (PEFBJ)
O PEFBJ concentra uma extensa área de mais de 2 mil hectares. Dentro dele, o visitante encontra atrativos naturais, como trilhas, cachoeiras e mirante. O Parque chama atenção por possuir atrativos histórico-culturais.
Acesso pela Avenida Orestes Quércia, km 07 – Pedregulho/SP
Dias e horários de funcionamento: sábados, domingos e feriados das 8h às 17h, somente por agendamento prévio.
Entrada gratuita
Telefone: (16) 3171-1118
E-mail: pe.furnas@fflorestal.sp.gov.br
Parque Estadual Vassunga (PEV)
Como principal atrativo, o Parque abriga a maior concentração de indivíduos de espécie jequitibá-rosa, além de proteger espécies ameaçadas de extinção como o cedro do brejo e o palmeira-juçara.
Acesso pela Rodovia Anhanguera SP 330, Km 245 – Santa Rita do Passo Quatro/SP
Dias e horários de funcionamento: de terça-feira a domingo das 9h às 17h
Entrada gratuita
Telefone: (14) 3473-1248
E-mail: pe.vassununga@fflorestal.sp.gov.br
Parque Estadual Jaraguá
O Parque Estadual do Jaraguá abriga um dos últimos remanescentes de Mata Atlântica e Cerrado da região metropolitana de São Paulo. É representado pelo icônico morro do Jaraguá, onde está localizado o Pico do Jaraguá, que representa o ponto mais alto da cidade de São Paulo com 1.135 metros de altitude, proporcionando ao visitante um vislumbre inusitado e belo da maior cidade da América Latina.
Acesso pela Rua Antônio Cardoso Nogueira, n°539 – Vila Chica Luiza
Entrada gratuita
Dias e horário de funcionamento: Todos os dias, das 7h às 17h. No horário de verão. o funcionamento é estendido até às 18h. Trilhas possuem acesso permitido até as 16h e no horário de verão, às 17h.
Telefone: (11) 3945-4532, 11) 3941-2162 e (11) 3943-5222
E-mail: pe.jaragua@fflorestal.sp.gov.br
Parque Estadual Porto Ferreira
Localizado no município de Porto Ferreira, a 227 km da cidade de São Paulo. Foi criado em 1962 com o objetivo de preservar um dos últimos remanescentes de vegetação natural da região. Possui área de 611 hectares com vegetação nativa de Cerrado, Floresta Estacional Semidecidual e Mata Ciliar, que merecem destaque por sua rica biodiversidade. Nos 180 hectares de vegetação de Cerrado do Parque, foram identificadas 200 espécies de árvores, entre as quais o pau-terra, o barbartimão, o cinzeiro, o capitão-do-campo e a pimenta-de-macaco.
Os diferentes tipos de vegetação do Parque servem de refúgio para diferentes grupos de animais que estão ameaçados de extinção, como o lobo-guará, o tamanduá-mirim, a paca, o sauá, e aves como o jaó e o papagaio-verdadeiro.
Acesso pela Rodovia SP-215 km 89 – Porto Ferreira/– SP
Dias e horário de funcionamento: de segunda-feira a sexta-feira das 8h às 16h, sábados das 12h às 17h e domingos das 9h às 17h. Acesso às trilhas durante a semana é até às 14h e de final de semana é até às 15h.
Estação Ecológica Jataí
Situada no município de Luiz Antônio, é uma Unidade de Conservação (UC) de Proteção Integral destinada à preservação da biodiversidade, sendo permitidos pesquisa e atividades de educação ambiental. A reserva contempla a maior área de Cerrado do Estado e o Cerradão é sua principal fitofisionomia. Na Estação Ecológica de Jataí (EEJ) são encontrados também o Cerrado stricto sensu e a Mata Estacional Semidecídua. Na flora destacam-se espécies como o pequi, o barbatimão, a gabiroba e o angico-preto.
Visitação somente para Educação Ambiental e realização de pesquisa científica, mediante agendamento.
Telefones para informação: (16) 3983.1224
E-mail: ec.jatai@fflorestal.sp.gov.br
Estação Ecológica Barreiro Rico
A Estação Ecológica Barreiro Rico, localizada no município de Anhembi/SP, no interflúvio entre os rios Piracicaba e Tietê, na altura do Reservatório Barra Bonita, é uma unidade de conservação estadual com área de 292,80 hectares. A UC faz parte de um dos mais importantes maciços florestais do estado de São Paulo, com Floresta Estacional Semidecidual e Cerrado strictu sensu. Sua criação visa proteger dos valiosos remanescentes de vegetação existentes no local e, em especial, as populações de primatas que nela habitam, cuja espécie de maior relevância é o muriqui-do-sul ou mono-carvoeiro.
Visitação somente para Educação Ambiental e realização de pesquisa científica, mediante agendamento.
Telefones para informação: (11) 95652-2593
E-mail antoniob@fflorestal.sp.gov.br