No último dia 16 de novembro, a Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo (ITESP) anunciou, em São Paulo, durante a Feira Paulista de Assentamentos e Quilombos (FEPAQ) –em comemoração ao Dia da Consciência Negra–, a oficialização do reconhecimento da comunidade remanescente de quilombo de Bombas.
A Comunidade Quilombola de Bombas, Iporanga (SP), existe há cerca de 100 anos e foi identificada como remanescente de quilombo, em processo conduzido pela ITESP, de acordo com as normas e definições que embasam os critérios oficiais de reconhecimento da comunidade, em especial aos direitos que tal condição lhes assegura, em atendimento ao disposto no artigo 68 dos Atos das Disposições Cosntitucionais Transitórias da Constituição Federal de 1988. Bombas é uma comunidade tradicional que vive no interior do Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira (PETAR), região do Vale do Ribeira.
A ocupação data do início do século XX e a relação de parentesco entre os moradores de Bombas é predominante e, geralmente, os casamentos acontecem entre jovens que vivem em Bombas ou em bairros vizinhos. Atualmente, cerca de 16 famílias moram no bairro.
O acesso à comunidade se dá pelo Km 6 da Rodovia Antonio Honório da Silva (SP-165), que liga Iporanga a Apiaí. Há apenas uma trilha, larga e sinuosa, que exige horas de caminhada ou montaria. Embora a área hoje ocupada pela Comunidade Remanescentes de Quilombos de Bombas tenha sua ocupação iniciada na segunda metade do século XX, seu referencial histórico, a fuga de rebelados e famílias expulsas de suas terras de várias áreas próximas, desempenhou papel significativo na consolidação de outras Comunidades Quilombolas, como Ivaporunduva, São Pedro, Galvão e Nhunguara, estas localizadas no interior da APA dos Quilombos do Médio Ribeira, Unidade de Conservação de Uso Sustentável também sob gestão da Fundação Florestal.
A Fundação Florestal vem dando suporte para o reconhecimento da Comunidade, juntamente com outros órgãos e instituições e junto a esse processo estabeleceu procedimento para licenciamento de roças tradicionais, onde teve participação efetiva da Comunidade, o que garante o direito constitucional, preservando assim o modo de vida tradicional e sua cultura, que estão ligados ao modo de produção agrícola. Hoje, as principais culturas produzidas na Comunidade de Bombas são arroz, feijão e milho.