Um longo espinhel foi encontrado à deriva nas imediações do Parque Estadual Marinho da Laje de Santos (PEMLS), durante uma atividade de fiscalização ocorrida na última semana. O petrecho de pesca perdido no mar estava com vários peixes mortos, além de uma tartaruga verde, uma rêmora e um peixe sargentinho vivos.

A tartaruga e a rêmora – que estavam presas em anzóis – foram resgatadas por integrantes das equipes do PEMLS e do Instituto de Pesca, que juntos, são responsáveis pelo Projeto Petrechos de Pesca Perdidos no Mar.

Pesca fantasma
Petrechos de pesca abandonados, perdidos ou descartados (PP – APD) nos oceanos são uma ameaça crescente para o ambiente marinho. Fragmentos de rede, linhas, anzóis e cordas continuam “pescando” por tempo indefinido no fundo do mar e levando inúmeras espécies marinhas à morte.

Além do prejuízo ambiental, estes materiais causam impacto aos estoques pesqueiros e são responsáveis por acidentes com embarcações, mergulhadores, surfistas e banhistas. Estima-se que 640 mil toneladas de petrechos são perdidos anualmente no mar, devido a tempestades, problemas nas embarcações e nas boias.

Caça-fantasmas marinho
Com o objetivo de minimizar este grave problema ambiental, surgiu o “Projeto Petrechos de Pesca Perdidos no Mar”, resultado de uma parceria entre o Instituto de Pesca e os parques estaduais Laje de Santos e Xixová-Japuí. O projeto é pioneiro no Brasil e, em quatro anos de atuação, já retirou do mar quase duas toneladas desses materiais. Todo petrecho recolhido é alvo de um estudo que busca caracterizar e quantificar esse material para nortear as ações futuras.

Segundo o gestor do PEMLS, José Edmilson Mello Junior, desde 2012, o PEMLS está protegido por uma área de restrição de atividade pesqueira. “Desde então, podemos registrar um aumento da vida marinha no entorno do PEMLS. Espécies que não avistávamos mais já começam a dar o sinal de estarem retornando. Porém, mesmo com toda fiscalização e monitoramento, ainda tem os que não respeitam as restrições das Unidades de Conservação. Sabemos que este é um problema mundial, que afeta todos os mares do planeta. Além dos petrechos, o lixo marinho de um modo geral é uma grande preocupação.”

O PEMLS
O Parque Estadual Marinho Laje de Santos é uma Unidade de Conservação (UC) de Proteção Integral, que está inserida no Setor Itaguaçu da Área de Proteção Ambiental (APA) Marinha Litoral Centro. Por meio da Resolução SMA 21, de 16-04-2012, foi criada uma área de restrição de atividade pesqueira, que forma um cinturão de proteção com 55.000 ha no entorno do PEMLS.

Esta UC recebe anualmente quatro mil visitantes e é considerada pela maioria um dos principais pontos de mergulho do país, por ser um local com grande visibilidade submarina e por apresentar uma grande diversidade de espécies.

São mais de 190 espécies de peixes identificadas, entre eles, o animal símbolo do parque: a raia jamanta. Ela pode chegar a sete metros de largura e pesar mais de 1.300 kg. As aves também estão presentes. Atobá-marrom, Gaivotão, Fragatas, Petrel-do-Cabo, e Trinta-réis-de-bico-vermelho são algumas das espécies que podem ser avistadas. Além disso, tartarugas, baleias, pinguins, tubarões e golfinhos também são presença frequente neste ambiente preservado.

Para saber mais sobre o PEMLS, acesse: http://www.ambiente.sp.gov.br/parque-estadual-marinho-laje-de-santos/sobre-o-parque/