O Projeto de Revitalização e Recuperação Ambiental da FEENA – Floresta Estadual Edmundo Navarro de Rio Claro é a um só tempo uma homenagem e merecido tributo ao grande brasileiro que dá nome à floresta que é berço da silvicultura no Brasil e depois é uma obrigação institucional da Fundação Florestal e do Governo do Estado no sentido de proteger e preservar o patrimônio histórico e ambiental para as futuras gerações.

Na semana em que a Fundação Florestal informou ao Ministério Público sobre as providências adotadas visando a liberação dos recursos anunciados pelo governador Geraldo Alkmin, em uma audência aberta para a imprensa e sociedade, a Fundação Florestal também logrou êxito ao conseguir dotar a floresta com um efetivo do comando da Polícia Militar Ambiental. O Coronel Milton Nomura, comandante da PM Ambiental do Estado de São Paulo atendeu prontamente a solicitação do diretor executivo da Fundação Florestal, João Gabriel Bruno e compareceu à FEENA para conhecer os problemas ambientais que a floresta enfrenta e avaliar a forma como o comando da PM Ambiental podia atender às demandas. O resultado desse encontro culminou com a disponibilização de efetivo para atender à FEENA e sua zona de influência.

Crime ambiental – Coincidentemente um episódio lamentável ocorreu no mesmo período, naquilo que se pode qualificar de crime ambiental. Nos limites da FEENA, em área de influência da Usina Iracema, do Grupo São Martinho, ocorreu o descarte ilegal e clandestino de dezenas de tambores com resíduos industriais químicos e tóxicos.

Os grandes tambores em péssima condição de conservação e acondicionamento dos restos químicos foram responsáveis pelo derramamento de líquidos e produtos com forte odor e toxicidade no solo. Imediatamente a administração da FEENA informou ao promotor público, doutor Gilberto Porto Camargo e manteve contatos com a agência ambiental CETESB e com a Usina, visando a um só tempo providências para limpar a área, removendo os produtos perigosos e também na investigação para tentar identificar os autores do ato criminoso.A ação ocorreu de forma rápida e os tambores foram removidos já no início desta semana. O objetivo foi eliminar as chances de contaminação do lençol freático, sendo todas as ações coordenadas com o escritório regional da CETESB e informadas ao promotor público. Com a presença da força tarefa da PM Ambiental já atuando no caso, elaborando inclusive um boletim de ocorrência, a investigação para tentar identificar os responsáveis prossegue. O relatório com informações sobre a retirada dos tambores pode ser acessado AQUI.

Outras frentes – A Fundação Florestal trabalha para colocar em prática todo o planejamento elaborado para as diversas frentes de trabalho. Entre elas está a recuperação do patrimônio histórico, com tratativas junto ao Condephaat; busca de parcerias para a recuperação ambiental das áreas onde ocorreu a remoção de eucaliptos conforme estabelecido pelo manejo florestal; trabalha para elaborar projeto de desassoreamento do lago e atua para regularizar a presença de terceiros no interior da floresta, tais como, as empresas proprietárias de antenas de telecomunicações que, inclusive, já foram autuadas para regularizar a sua situação perante a instituição. O mesmo deve ocorrer com outras entidades que mantém atividades no interior da unidade florestal.

Outra linha de trabalho está no exame do Convênio que a Fundação Florestal mantém com a Prefeitura de Rio Claro, para o qual, após uma análise criteriosa, se pretende identificar forma mais produtiva da administração municipal colaborar com aquele que é o principal patrimônio histórico e ambiental de Rio Claro e Região.

Memória –  O engenheiro Edmundo Navarro foi um visionário, um abnegado e sua memória, sem dúvida, merece ser reverenciada. Uma das melhores maneiras para isso está materializada no trabalho que a Fundação Florestal e o Governo do Estado estão iniciando. É recuperar, restaurar, proteger e desenvolver a FEENA, possibilitando que esta importante Unidade de Conservação do Estado de São Paulo seja visitada e estudada, tendo em vista o rico patrimônio genético nela plantado. Das mais de 140 espécies de eucaliptos que a história registra terem sido plantadas na floresta, bem como, as experiências de consorciamento de espécies, estão lá há décadas e precisam ser preservadas para oferecer elementos para a pesquisa, ciência, silvicultura e agro-indústria do Brasil.

Incêndios – E, por falar em proteção, a FEENA já se prepara para dar início aos trabalhos preventivos de combate ao fogo, o próximo inimigo da floresta, durante os meses secos de inverno. A ação ocorrem com a parceria da Usina . Em outra frente, a Fundação Florestal também estuda de forma conjunta com o Instituto Florestal, o Plano de Controle de Incêndios de várias unidades de conservação, com a utilização de recursos de compensação ambiental. (PA)