O governador Alberto Goldman assinou nesta segunda-feira, 27, o decreto de criação do Monumento Natural da Pedra do Baú, em São Bento do Sapucaí. A área de 3.154 hectares será administrada pela Fundação para a Conservação e a Produção Florestal do Estado de São Paulo (FF), vinculada à Secretaria do Meio Ambiente. Participaram da solenidade o secretário de Estado do Meio Ambiente, Pedro Ubiratan Escorel de Azevedo, e o prefeito Ildefonso Mendes Neto.
O Monumento Natural Estadual da Pedra do Baú tem por objetivo proteger a biodiversidade, os recursos hídricos, a paisagem local, por seu significado como marco cultural e histórico, sua relevância geológica e beleza cênica, bem como organizar a visitação turística e o uso esportivo do complexo rochoso visando garantir a segurança do ambiente natural e dos usuários.
“O que nós estamos criando é, de fato, um potencial de exploração turística enorme para essa região que vai fazer com que isso seja parte do desenvolvimento dessa área do estado, principalmente desenvolvimento sustentável. É a constituição de uma indústria que vai render, que vai dar frutos, que vai dar emprego, que vai dar recursos protegendo ao mesmo tempo o ambiente e protegendo um monumento natural que é um monumento do nosso estado”, declarou o governador.
Foram três anos de processo, discussão pública, estudos e análises. O processo consistiu em um suporte especializado, com justificativa técnica, elaboração de mapas e consultoria; audiência pública no dia 14 de outubro, na cidade onde fica a rocha e aprovação do Conselho estadual de Meio Ambiente (Consema) no dia 14 de outubro desse ano. A área é conservada por meio de uma gestão compartilhada entre a FF e a Prefeitura, com um convênio assinado com valor estimado de R$ 300 mil, já em operação.
“O Complexo da Pedra do Baú, desde longa data, vem despertando o interesse de pessoas ligadas à natureza, seja pelo aspecto turístico ou pelo aspecto da preservação de mananciais. Além de todas as riquezas naturais que precisamos preservar, o local é privilegiado para a prática de montanhismo e figurando entre os principais pontos de escalada no Brasil”, destacou o secretário Pedro Ubiratan.
Histórico
O monumento está situado em duas Áreas de Proteção Ambiental (APAs): a da Serra da Mantiqueira, federal, e a de São Bento do Sapucaí, estadual. Localizada a cerca de 12 quilômetros da sede do município de São Bento do Sapucaí, a Pedra do Baú, chamada pelos primeiros habitantes de Embahú (“ponto de vigia” em tupi-guarani), recebeu ainda o nome de Canastra (baú grande de guardar pertences), nome dado pelos tropeiros e caboclos da região . Este marco na paisagem natural pode ser avistado de diversos municípios da região. Protegida por matas nativas, a massa granítica mede 340 metros de altura, 540 metros de comprimento com larguras variáveis, atinge 1950 metros de altitude.
Foi escalada pela primeira vez pelos sambentistas e irmãos Antônio e João Cortez. Com equipamentos rudimentares para a escalada, os aventureiros atingiram o topo em 12 de agosto de 1940. Desde então, o acesso ao cume foi facilitado. Com a instalação das duas escadarias de grampos tornou-se desnecessário conhecer técnicas de escalada para atingir o cume, onde ainda se vê os vestígios de um dos primeiros abrigos de montanha do Brasil, construído na década de 50 pelos irmãos Cortez, com a ajuda do empresário Luiz Dummont Villares e moradores da região.
Atualmente, o acesso ao Complexo do Baú, conjunto de montanhas rochosas constituídas pelo Bauzinho, Pedra do Baú e Ana Chata é acessível desde as cidades de São Bento do Sapucaí e Campos do Jordão por estrada asfaltada que interliga os dois municípios. O acesso ao estacionamento localizado junto ao Bauzinho, de onde partem algumas trilhas de acesso às montanhas do Complexo é realizado por estrada não pavimentada com 6 km de extensão. A Pedra do Baú constitui um dos locais mais procurados para passeio entre os turistas freqüentadores de ambos os municípios.
Para os montanhistas que dominam as técnicas apropriadas, há mais de 30 rotas para a prática da escalada em rocha, que colocam O Complexo do Baú – conjunto rochoso que reúne as montanhas conhecidas por Bauzinho, Pedra do Baú e Ana Chata entre os mais importantes locais para a prática deste esporte no Brasil. Estas vias são dos mais variados graus de dificuldade técnica, e variam também no seu tamanho (de 10 a 300 metros). Todas as semanas, praticantes deste esporte vindos das mais diversas partes do país aventuram-se nessas paredes rochosas. Algumas dessas escaladas podem levar dias para serem concluídas o que obriga os alpinistas a dormirem em pequenos platôs ou pendurados em redes.
Por: Secretaria do Meio Ambiente
Fotografia: Milton Michida