As crianças do Centro de Integração Social Curumim se encantaram com a turma do Criança Ecológica
“Cuidar do meio ambiente é importante para a vida da gente, para o nosso futuro e dos nossos filhos porque sem a natureza a gente não consegue viver”, disse o estudante Lucas Eduardo Pires de Oliveira, de apenas 11 anos, mostrando que já faz parte da turma do Criança Ecológica. Lucas elegeu Bob Água seu personagem favorito. “Gosto bastante de água pra nadar, pra beber”, contou o garoto que participa das atividades do Centro de Integração Social Curumim, onde as crianças aprendem música, pintura e trabalham com reciclagem e alimentos em uma horta. As crianças do Curumim se encantaram ao conhecer o Floresta Legal no Parque Estadual Carlos Botelho, inaugurado em 09.10 no município de São Miguel Arcanjo. O parque abriga o 12º espaço do Criança Ecológica, um dos 21 Projetos Ambientais Estratégicos da Secretaria Estadual do Meio Ambiente – SMA. Desenvolvido para crianças do 5º ano do Ensino Fundamental I, o projeto tem o livro “Criança Ecológica – Sou dessa turma”, no qual sete personagens, entre mocinhos e vilões, ensinam os leitores mirins o que é biodiversidade, a importância das matas ciliares e como devemos usar a água sem desperdiçar, entre outros conceitos indispensáveis a uma vida sustentável no planeta.
A coordenadora de educação ambiental da SMA, Malu Freire, que gerencia o projeto define as duas linhas de atuação do Criança Ecológica. “Trabalhamos com as escolas municipais que aplicam o conteúdo do livro e do filme nas salas de aula e desenvolvemos os espaços que abordam cada uma das agendas ambientais, onde as crianças despertam uma militância mirim”, explicou. Malu detalhou o objetivo principal do Floresta Legal. “É a desmistificação de que a floresta é escura, dá medo e tem bichos estranhos, como era mostrada nas histórias infantis. Aqui, as crianças aprendem a conhecer a floresta, a observar e preservar esse ambiente natural”, disse.
De acordo com o gestor do parque Carlos Botelho, José Luiz Camargo Maia, as crianças poderão conhecer os grandes atrativos do parque. “A criança virá para o parque para fazer a trilha da represa, acompanhada dos monitores, que farão os pontos de interpretação de flora e fauna, mostrando os símbolos do parque, como a palmeira juçara e o mono-carvoeiro, o maior primata das Américas”, ressaltou.
Ecoturismo
A adaptação da trilha ao projeto se deu em parceria com a prefeitura de São Miguel Arcanjo que doou as placas de identificação. “Temos um trabalho de parceria com todas as prefeituras aqui da região. Nosso relacionamento é de colegas de trabalho”, contou Maia. O gestor do Carlos Botelho também ressaltou os novos projetos que, em breve, estarão concretizados. “Com o processo de incentivo ao ecoturismo, como o projeto Trilhas de São Paulo, estamos aprimorando a infra-estrutura do parque. Estamos com um projeto de melhoria da estrada parque, a SP 139, que conta com investimentos do Banco Interamericano de Desenvolvimento, o BID. Além disso, estamos estudando projetos de concessão de hospedaria e lanchonete dentro do parque, que proporcionará uma fonte de renda à comunidade”, informou.
Para o diretor de operações da Fundação para a Conservação e Produção Florestal do Estado de São Paulo – FF, Boris Alexandre César, o projeto completa o trabalho da Fundação. “Até então, trabalhávamos na preservação e na fiscalização das áreas protegidas, mas o mais importante é você evitar a degradação e isso a gente faz com educação ambiental”, apontou.
Malu deu o exemplo de como as crianças de hoje poderão cuidar do meio ambiente no amanhã. “Daqui vão sair os futuros gestores de parques, guias de trilhas e fabricantes de produtos alternativos”.
Conselho Gestor
Após a inauguração, Boris Alexandre empossou os novos representantes do conselho gestor do parque Carlos Botelho. São 30 entidades representadas, entre elas os poderes municipais, órgãos ligados ao governo estadual, associações representativas da sociedade civil, universidades e o setor produtivo, cada uma com um titular e um suplente. De acordo com José Luís Maia, as entidades que compõem o conselho gestor já são parceiros do parque. “Escolhemos entre os conselheiros aqueles que já colaboram efetivamente com a preservação desta área”, disse.
Integram o conselho gestor do parque as seguintes entidades: Prefeitura de São Miguel Arcanjo, por intermédio das secretarias de educação e agricultura e meio ambiente e da supervisão de turismo e cultura, Câmara Municipal de São Miguel Arcanjo, Parque Onça Parda, Associação Parque Zizo, Clube Recreativo Bernardes Júnior, Associação Pró-muriqui, Klabin S/A, Pousada Campos, Pousada Camping Vinícola Bonjour, ONG Caapuã, Fazenda São José, Associação Ambiental de Apoio ao Parque – AAAP, Restaurante Bisteca, Prefeitura de Capão Bonito, por meio da secretaria de turismo, ONG IDEAS, Companhia Ambiental do Estado de São Paulo – Cetesb, Suzano Papel e Celulose, Parque Estadual Intervales, Marquesa S/A, Fundação ORSA, Prefeitura de Sete Barras, por meio da secretaria de educação, Associação de Desenvolvimento Comunitário do Bairro Rio Preto, 2ª Companhia da Polícia Ambiental de Registro, Prefeitura de Tapiraí, Instituto Florestal – IF, ONG Espaço do Animal e o Departamento de Psicologia Experimental do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo – USP.