Foto da área da Mata Santa Tereza. feita com drone, em 2016, mostra aceiro na região.

O trabalho coletivo e de parceria entre órgãos públicos, sociedade civil e a iniciativa privada, em Ribeirão Preto, tem assegurado importantes avanços em atividades de prevenção a incêndios e capacitação de voluntários para ações emergenciais _ os principais objetivos da Operação Corta Fogo. A Fundação Florestal aposta no empenho coletivo para assegurar a integridade da Estação Ecológica de Ribeirão Preto, importante fragmento florestal localizado em uma área de expansão urbana.

Nesta quinta-feira, 31, a Fundação Florestal discutiu com seus parceiros no município as ações da Corta Fogo, fortalecendo esta ação conjunta no momento em que será dada a largada para a restauração florestal da Mata Santa Tereza. “É esse o espírito. A comunidade precisa ajudar a cuidar da Mata Santa Tereza, sob a orientação dos Bombeiros e da Defesa Civil”, explicou Lucila Manzatti, diretora do Núcleo Metropolitano e Interior da Fundação Florestal.

A Secretaria do Meio Ambiente assinou com a CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), no último dia 25, o Termo de Início do Projeto de Restauração Florestal de 40 hectares dos 98 hectares atingidos pelo incêndio de 2014, da Estação Ecológica de Ribeirão Preto. Na ocasião da assinatura do termo também foi entregue o projeto executivo, feito pela CPTM, que inclui o diagnóstico da área e todas as quatro etapas envolvidas no processo de restauração. As quatro etapas são: 1) retirada de fatores de degradação (retirada das espécies oportunistas, as lianas, que cresceram após o incêndio); 2) manutenção e condução de regeneração; 3) plantio de adensamento; e 4) plantio de enriquecimento.

A previsão é que o projeto de recuperação apresentado pela CPTM leve cinco anos. Os projetos de recuperação ambiental, segundo explicam técnicos da FF, são bastante complexos e envolvem várias etapas, incluindo o diagnóstico da área. Portanto, podem durar anos.

A área afetada pelo incêndio de 2014 foi dividida em dois polígonos. Duas empresas requisitaram as áreas para fazer compensação ambiental: a CPTM e a Leão Engenharia. A CPTM já entregou o projeto para recuperar 40 hectares da área atingida. A Leão Engenharia, que está ampliando área de lavra de basalto na região, já foi autorizada pela Fundação Florestal a compensar na Estação Ecológica e ficará responsável pela restauração de outros 41 hectares. O termo de compensação ambiental com a Leão Engenharia ainda será assinado, pois o projeto executivo de restauração está em fase conclusiva.

Desde o incêndio, ocorrido em 2014, por determinação da Secretaria de Meio Ambiente foi criado um Grupo de Trabalho (GT), formado pela SMA, Fundação Florestal, Prefeitura de Ribeirão Preto, integrantes da sociedade civil com intuito de elaborar de um Termo de Referência para embasar os projetos futuros de restauração florestal. A SMA acompanha diretamente o caso e a Fundação Florestal, em parceria as usinas vizinhas à Unidade de Conservação, realiza a manutenção de aceiros e a aquisição de diversos equipamentos  para combate a incêndios e prevenção.

Neste mês, funcionários da Estação Ecológica participaram de treinamento do Corpo de Bombeiros feito com aeronave dos Bombeiros. Oficinas de treinamento, envolvendo a EERP e seus parceiros, são constantemente realizadas. O objetivo é capacitar brigadistas voluntários para prevenir e combater incêndios, distribuindo equipamentos para eventual combate.

Outra ação fundamental é a manutenção de aceiros dentro da unidade de conservação, um projeto que tem sido impulsionado por parceiros da Fundação Florestal. As usinas São Francisco e São Martinho _ do setor sucroalcooleiro _ são exemplos de parceiros contribuíram de forma significativa com a manutenção dos aceiros no interior da EERP.